Amor, morte, poesia, política, actualidade, futebol, efemérides, solidão, paz, humor, musica...tudo e nada; Here we talk about life, love, death,
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2015-12-21
Ditado entre as agonias do seu trânsito final - Barbosa du Bocage (na passagem dos 210 anos sobre a sua morte)
Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... A santidade
Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!
in Cem Sonetos Portugueses; selecção, organização e introdução de José Fanha e José Jorge Letria; Terramar
Manuel Maria Ledoux de Barbosa du Bocage (n. 15 Set 1765 em Setúbal; m. Lisboa, 21 Dez 1805)
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