Nem treva nem caos. A treva
Requer olhos que veem, como o som.
E o silêncio requer o ouvido,
O espelho, a forma que o povoa.
Nem o espaço nem o tempo. Nem sequer
Uma divindade que premedita
O silêncio anterior à primeira
Noite do tempo, que será infinita.
O grande rio de Heráclito o Escuro
Seu irrevogável curso não há empreendido,
Que do passado flui para o futuro,
Que do esquecimento flui para o esquecimento.
Algo que já padece. Algo que implora.
Depois a história universal. Agora.
(Tradução de Héctor Zanetti)
Jorge Luís Borges Acevedo (n. Buenos Aires, 24 de Agosto de 1899 — m. Genebra, 14 de Junho de 1986)
Ler do mesmo autor, neste blog:
Soneto do Vinho
Arte Poética
The Art of Poetry
Do que nada se sabe
Limites;
O Mar
Sem comentários:
Enviar um comentário