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2015-04-14

AO NASCER DO LUAR - Raimundo Peres

Alta noite vagueio qual fantasma errante
Nas ruas de Alenquer em letargo sombrio,
Até que surja o Sol, em pompas, no levante
Glorificando a terra, iluminando o rio.

Como um seio de virgem alvo e palpitante
Derramando o lençol do luar alvadio,
Surge a deusa da Noite ao longe triunfante,
Dominando a, extensão ao caminho vazio...

Velam mochos horrendos no alto da matriz,
Rolam gritos humanos, rompem pela praça
Os fantasmas da Morte espreitando o Universo,

Enquanto a Musa chora o destino infeliz
Duma vida infeliz que a mão divina traça
Dentro do coração, no cárcere do Verso...

(Alenquer, 1922).

Raimundo Peres, poeta nascido em Alenquer, Pará, em 14 de abril de 1902 e falecido em Belém, Pará, em 2 de junho de 1926

1 comentário:

Luma Rosa disse...

Oi, Fernando!
Ainda não tinha lido nenhum poema de Raimundo Peres. Tem características de pertencer ao ultrarromantismo.
:)
Beijus,

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