Alta noite vagueio qual fantasma errante
Nas ruas de Alenquer em letargo sombrio,
Até que surja o Sol, em pompas, no levante
Glorificando a terra, iluminando o rio.
Como um seio de virgem alvo e palpitante
Derramando o lençol do luar alvadio,
Surge a deusa da Noite ao longe triunfante,
Dominando a, extensão ao caminho vazio...
Velam mochos horrendos no alto da matriz,
Rolam gritos humanos, rompem pela praça
Os fantasmas da Morte espreitando o Universo,
Enquanto a Musa chora o destino infeliz
Duma vida infeliz que a mão divina traça
Dentro do coração, no cárcere do Verso...
(Alenquer, 1922).
Raimundo Peres, poeta nascido em Alenquer, Pará, em 14 de abril de 1902 e falecido em Belém, Pará, em 2 de junho de 1926
Amor, morte, poesia, política, actualidade, futebol, efemérides, solidão, paz, humor, musica...tudo e nada; Here we talk about life, love, death,
On this day in History, poetry, politics, football (soccer), solitude, peace, humour, music ... nothing and all.
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1 comentário:
Oi, Fernando!
Ainda não tinha lido nenhum poema de Raimundo Peres. Tem características de pertencer ao ultrarromantismo.
:)
Beijus,
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