Disse-te adeus e morri
E o cais vazio de ti
Aceitou novas marés.
Gritos de búzios perdidos
Roubaram dos meus sentidos
A gaivota que tu és.
Gaivota de asas paradas
Que não sente as madrugadas
E acorda noite a chorar.
Gaivota que faz o ninho
Porque perdeu o caminho
Onde aprendeu a sonhar.
Preso no ventre do mar
O meu triste respirar
Sofre a invenção das horas,
Pois na ausência que deixaste,
Meu amor, como ficaste,
Meu amor, como demoras.
Vasco de Lima Couto (Porto, 26 de Novembro de 1923 - Lisboa, 10 de Março de 1980)
Do mesmo autor ler (e ouvir) no Nothingandall:
Noite na voz de António Mourão
Retrato
Pomba Branca na voz de Max e no duo Paulo de Carvalho + Dulce Pontes
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