Apenas fita em mim, o seu olhar
esse grande titã fero e despótico,
meu corpinho frágil e neurótico
tem toda a vida que ele vive, o Mar.
Força, poder, e o dom de adivinhar
me dá aquele singular narcótico.
E que ventura a desse amante erótico
que enleia a Terra num continuo amar!
A que heróica façanha o Mar me impele!
Venturoso de mim quando sou ele,
quando o meu peito as ondas sintetiza.
Meus ser a minha carne dolorida,
minha alma goza plenamente a Vida,
Que força colossal me hipnotiza!
Roberto Eduardo da Costa Macedo (Santo Tirso, 14 de julho de 1887 - Porto, 19 de julho de 1977)
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