Páginas

2014-05-19

...Quand on ne s'aime plus - Julio Dantas

Ponto final. Adeus. Tinha previsto o fim.
Quiz muito, quiz demais... O culpado fui eu.
Se é que póde morrer o que nunca viveu,
Sinto que morreu hoje o teu amor por mim.

Fiz mal em vir? Talvez. Quizeste vêr-me: vim.
Que placidez a tua e que sorriso o teu!
Amor que raciocina é amor que morreu.
Pode lá nunca amar quem se domina assim!

Tinha de ser. Adeus. Deixas-me triste e doente.
Depois, qual é o amor que vive eternamente?
Tudo envelhece, e passa, e morre como tu.

Nunca mais me verás. É a vida, afinal.
Dá-me o ultimo beijo e não me queiras mal...
Il faut rompre en pleurant quand cn ne s'aime plus.


manteve-se a grafia constante da publicação
in Revista ATLANTIDA, Nº. 1, 15 de Novembro de 1915, Lisboa

Júlio Dantas (Lagos, 19 de Maio de 1876 — Lisboa, 25 de Maio de 1962)

1 comentário:

Luma Rosa disse...

Oi, Fernando!
Algumas pessoas insistem em um amor que inconscientemente sabem que não vai dar certo, mas até que não dê certo, sempre resta uma esperança de que irá dar certo.
Romper em lágrimas ao final, não é prova de indiferença. Afinal, não se mata um amor todo dia!!
Beijus,

Enviar um comentário