Dizem que traz felicidade a teia
De aranha. Surge um dia, malha a malha,
E a aranha infatigável que trabalha
Mata os insectos quanto mais se alteia.
Sobe ao beiral. É um berço e balanceia
Ao vento que os filetes de ouro espalha...
E, ao sol iluminado que a amortalha,
A trama iluminada se incendeia.
Surge a primeira borboleta ebriada...
Vem louca, primavera de ansiedade...
Mas de repente, a asa despedaçada
Rola... É o fim... a tortura da grilheta...
Não quero nunca essa felicidade
Que vem da morte de uma borboleta.
in Antologia Portuguesa e Brasileira, Evaristo Pontes dos Santos, Porto 1974
Olegário Mariano Carneiro da Cunha (nasceu na cidade de Recife, Pernambuco, a 24 de março de 1889. Faleceu no Rio de Janeiro a 28 de novembro de 1958).
Ler do mesmo autor:
Arco-íris
O Meu Retrato
A Canção da Saudade
O Enamorado das Rosas
Almas Irmãs
O Conselho das Árvores
O Enterro da Cigarra
2 comentários:
Oi, Fernando!
Todos os insetos cumprem o seu papel, mas nunca vi uma aranha enorme, apenas "aranhinhas" que quando aparecem deixo arquitetarem suas teias, pois tenho a impressão de que irão se alimentar dos mosquitos e formigas... Agora percebo porque o criador não muniu os insetos de olhos, pois se matarem o belo não será crime.
Boa semana!
Fernando
Fiquei feliz pela tua visita
é sempre bom receber-te na minha casa...
SIM, para quem gosta de flores e especialmente de tulipas
é obrigatório uma visita à Holanda
Já lá tinha estado em 1991 - quase há 13 anos...
mas foi viagem de grupo e temos que ir todos em filinha
para os mesmos lugares,
que fazem parte do programa.
Agora fui sozinha e fiz o programa que quis.
Também estive naquele aeroporto já várias vezes de passagem...
Uma boa semana tb para mim
cheia de sorrisos, flores e poesia!
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