Lutar, sofrer, morrer! – não há, por certo, quem
Atrocidades sofra assim cruéis na vida:
O coração vagando à mercê, sem guarida
Pelo azulado espaço ao encontro do Além.
Julguei-me tão feliz! Persuadi-me… também
Que a vida era uma flor olímpica, querida,
Quando desabrochava à luz incandescida
Das loucas ilusões – quem é que as não tem?!...
À noite, a meditar na causa dos abrolhos
Deste sofrer sem fim, a luz incompreendida
Parece iluminar as trevas dos meus olhos;
Mas a crença jaz morta; e assim, sempre oprimida
Sentindo acerba dor, entre ferais escolhos
Adeja tristemente a fé amortecida.
Elias Lourenço Gavinho nasceu em Caminha em 1885 e faleceu em 27 de Fevereiro de 1944
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