Que culpa terei eu de amar-te assim?
Que culpa terás tu de o não saberes?
Quem adivinha o que se passa em mim?
Como hei-de adivinhar o que tu queres?
Oh! Corações secretos de mulheres!
Oh! Minhas ilusões, mágoas sem fim!
Porque hei-de eu ter só mágoas, não prazeres,
por tanto te querer, doce jasmim?
Tudo, que sob a luz do sol existe,
alegre é num momento e noutro triste,
só eu herdei apenas dor e pranto...
O mais humilde verme, que rasteja,
um outro tem, que o ama, afaga e beija
- e eu nada tenho por amar-te tanto...
António Ruy de Noronha (n. Lourenço Marques, actual Maputo, Moçambique a 28 Out 1909; m. Moçambique 25 Dez 1943).
Ler, neste blog, do mesmo autor:
Grito de Alma
Mulher
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