Noite de junho. O frio, é vidro em pó coçando
As mãos dos que da praia, estendidos na areia,
Estão tranqüilamente o café esperando
De um rancho em cuja porta um clarão bruxoleia...
Outros já da canoa as velas vão soltando...
Não há tempo a perder, que à luz da lua cheia
O vento sul que sopra as ondas vai rolando...
E cada coração de pescador anseia!
Todos, todos ao mar, satisfeitos, felizes!
Sem sentirem do mal as profundas raízes!
Apenas da saudade envolvidos nas mágoas.
Mas que saudade doce a dessas almas francas,
Sob as velas em cruz, as grandes velas brancas
Da canoa que lembra uma ave à flor das águas.
soneto extraído daqui
Juvêncio de Araújo Figueiredo (nasceu na Nossa Senhora do Desterro, Florianópolis 27 de setembro de 1865 e faleceu em 6 de abril de 1927).
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