Essa água azul do mar, Praia de Fora,
O sol poliu-a com o esmeril da luz:
Que loiro ambiente! Um ar de quem namora...
Gaivotas dançam de asa aberta em cruz.
Mas desce a tarde. O dia se reduz.
Lá vem a noite. E um temporal se arvora.
A escuridão enfia o seu capuz
Já tempesteia... A torva praia agora
Revida ao vento de rajada e açoite,
Rebate às cegas, resfolegando escumas,
Vivo contraste de si mesma à noite.
O humano coração assim varia:
Primeiro um sol, um sonho... depois brumas,
E treva, e raiva, e fel, e rebeldia!
Extraído daqui
Francisco Barreiros Filho (Tubarão, Santa Catarina, 28 de setembro de 1891 — Florianópolis, 4 de outubro de 1977. 1977) foi
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