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2013-06-03

POEMA SONHADO - Alphonsus de Guimaraens Filho

Se não for pela poesia, como crer na eternidade?
Os ossos da noite doem nos mortos.
A chuva molha cidades que não existem.
O silêncio punge em cada ser acordado pelos cães invisíveis [do assombro.

Os ossos da noite doem nos vivos.
A escuridão lateja como um seio.
E uma voz (de onde vem?) repete incessante, incessantemente:
Se não for pela poesia, como crer na eternidade? 

 Alphonsus de Guimaraens Filho (Mariana, MG, 3.6.1918 — RJ, RJ, 28.8.2008)

Ler do mesmo autor, neste blog: Soneto da Ausência; O Poeta e o Poema

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