As casas como as pessoas
guardam cicatrizes
expostas no rosto do tempo.
Às casas sempre voltamos
nelas a vida anda por trás do que passou
existem na existência indo embora.
As casas onde morei para viver
na afoitosa e lúdica adolescência
abrem rugas na face branca das paredes.
De dentro delas saltam sonhos
que não querem envelhecer
e o menino açoitando o vento nas curvas do rio
que se arrasta na carne azul da paixão.
in "Poemas de Mesa"
José Maria de Barros Pinho (Teresina, Piauí 25 de maio de 1939 — Fortaleza, Ceará, 28 de abril de 2012)
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