Da velha casa em que a manhã da vida
Passei – conservo uma lembrança exata:
Antes de eu vir ao mundo foi erguida
Perto da serra, quase ao pé da mata.
Dá para o sul a frente enegrecida;
Ao lado, para um poente de escarlata,
Janelas donde, na estação florida,
Se aspira o cheiro dos jasmins de prata.
Perto, o bambual em cujo seio amigo
Cantam graúnas, e o pomar antigo
Com melros, tiés e gurundis em bando.
O ribeirão, o cafezal, a horta...
Ah! que saudade o coração me corta
do lar querido que deixei chorando!
Gustavo de Paula Teixeira (São Pedro, Estado de S. Paulo, Brasil, 4 de Março de 1881 — São Pedro, 22 de Setembro de 1937)
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