Ó portuguesa Língua, adeus te digo.
Ardes em chama de oiro em minha dor.
Anos cinquenta, eu te dei de amor:
tão grande amor hei-de levar comigo.
Quantos segredos tens que não consigo
já com viveza dar, em luz e cor!
Morreu, morre por ti o escritor
que sobre todos era teu amigo.
Ouvia-me o Aquilino com aceite,
recolhendo mentais apontamentos...
Aí tens! Mais te sabia que ninguém.
Abrindo o peito, o meu sangue dei-te
teus hão-de sempre ser meus pensamentos.
Meu lancinante amor te digo, Mãe!
Tomaz Xavier de Azevedo Cardoso de Figueiredo (nasceu em Braga, 6 de Julho de 1902 — faleceu em Lisboa, 29 de Abril de 1970).
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