Ao esplendor das manhãs, silencioso e contrito,
Como é belo e sublime — olhar-se a natureza:
Sentir-se dentro dalma esse afago bendito
Que em perfume conduz de devesa em devesa.
Ver-se um céu sempre azul perder-se no infinito,
E das aves ouvir-se um hino de pureza,
E o rumor da floresta e dos montes o grito,
Num concerto divino à suprema beleza...
E, além, o vale imenso e o rio que, disforme,
Das brumas vai seguindo o branco vulto enorme!
Desatam-se em perfume os brancos laranjais...
E o gado vem descendo em procura de aprisco,
Abre-se então o sol, em fogo, o flavo disco,
E, aqui e ali, se exalça a alvura dos casais...
Erico Curado nasceu em Pirenópolis (GO), em 18 de maio de 1880; faleceu em Goiânia, em 11 de janeiro de 1961
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