Nota do webmaster: Este poema dedico-o aos meus amigos portistas (sim, tenho alguns!) que, às vezes, certamente, tão mal de mim pensam ao ler os meus comentários futebolísticos...
Então pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas
depois vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas
Para extinguir de nós o azul ausente
e aprisionar o azul nas coisas gratas
Enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas
E afogados em nós nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço
E perdidos no azul nos contemplamos
e vimos que entre nascia um sul
vertiginosamente azul: azul.
por não poder de azul pintar as ruas
depois vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas
Para extinguir de nós o azul ausente
e aprisionar o azul nas coisas gratas
Enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas
E afogados em nós nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço
E perdidos no azul nos contemplamos
e vimos que entre nascia um sul
vertiginosamente azul: azul.
Carlos Souto Pena [Carlos Pena Filho] (n. no Recife a 17 de Maio de 1929; m. Recife, 1 de Jul de 1960)
Ler do mesmo autor neste blog:
Para Fazer Um Soneto
A Palavra
A Solidão e a Sua Porta
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