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2012-02-16

O Boi / Il Bove - Giosuè Carducci



Amo-te, ó pio boi! Um sentimento
de vigor e de paz tu me ofereces
quando, impassível como um monumento,
o olhar nos campos verdes adormeces,

Preso à canga, momento por momento,
mais útil e paciente me pareces.
O homem te ordena e tu, no macilento
volver dos olhos tristes, lhe obedeces.

Pela tua narina escura e fria
teu espírito passa e é um hino ardente
teu mugido cortado de agonia.

E em teu olhar, que pelo azul se perde,
se esconde, longe e dolorosamente,
verde, a planura do silêncio verde.


IL BOVE (Giosué Carducci)

T'amo, o pio bove; e mite un sentimento
Di vigore e di pace al cor m'infondi,
O che solenne come un monumento
Tu guardi i campi liberi e fecondi,

O che al giogo inchinandoti contento
L'agil opra de l'uom grave secondi:
Ei t'esorta e ti punge, e tu co'l lento
Giro de' pazienti occhi rispondi.

Da la larga narice umida e nera
Fuma il tuo spirto, e come un inno lieto
Il mugghio nel sereno aèr si perde;

E del grave occhio glauco entro l'austera
Dolcezza si rispecchia ampio e quïeto
Il divino del pian silenzio verde.

Giosuè Carducci n. Valdicastello 27_de julho 1835 — m. Bolonha, 16 de fevereiro de 1907

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