À noite toquei-te e senti-te
sem que minha mão fugisse para lá de minha mão,
sem que meu corpo fugisse, aos meus ouvidos:
de um modo quase humano
senti-te.
A pulsar,
não sei se como sangue ou como nuvem
errante,
em minha casa, na ponta dos pés, escuridão que sobe,
escuridão que desce, cintilante, correste.
Correste por minha casa de madeira,
e abriste as janelas,
e senti pulsar a noite toda,
filha dos abismos, silenciosa,
guerreira tão terrível e tão bela,
que tudo quando existe,
sem tua chama, não existiria para mim.
Trad. de José Bento
Gonzalo Rojas nasceu em Lebvu, Chile aos 17 dias do mês de dezembro de 1917 - m. Santiago, 25 de abril de 2011
1 comentário:
Tenho a sua poesia completa, oferta do seu parente, meu querido amigo, Mário Rojas.
Na sua "PALABRA PREVIA" tem pérolas como esta: "Lo que de veras amas, no te será arrebatado".
Continua, Fernando, a presentear-nos com pérolas poéticas.
Abraço,
Rui
Enviar um comentário