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2011-11-09

Impressão... - Pereira da Silva

Era tal meu desgosto nesse dia
Que o próprio coração desfalecia...
E então vi vindo a Morte a passo lento,
Vago, sutil, quase sem movimento.

Era uma virgem de cabelo louro
E manto azul, cheio de estrelas de ouro
E claridade fria e compungente
Como a luz do crepúsculo do Poente.

Vi-a chegar de olhar alheio a tudo,
Mas imóvel no meu, lívido e mudo.

E ou porque se enganasse no lugar
Ou me quisesse apenas avisar
Que a Vida é como um gozo de entremez,
Sorriu-se do meu susto e se desfez...


Pereira da Silva (Antônio Joaquim P. da S.), jornalista e poeta, nasceu em Araruna, Serra da Borborema, PB, em 9 de novembro de 1876, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 11 de janeiro de 1944.

Ler do mesmo autor, no Nothingandall, Nihil

Biografia na Academia Brasileira de Letras

2 comentários:

Bia Mel disse...

Tio Fernando; gostei muito de ver seu comentário por lá. Quase não tenho vindo aqui, porque meu irmão nasceu e minha vó se ocupou ajudando minha mãe. Só agora ela voltou a ir no blog dela também.
As coisas de morte, acho que são tristes, ainda que sejam bonitas.
Beijos

Olhos de mel disse...

Oie meu amigo querido; andei sem tempo de vir ao blog e principalmente, visitar. Meu netinho nasceu em agosto e tive que ir a cidade que meu filho mora pra acompanhar minha nora e ajudar.
Esse poema faz alusão a uma viagem desconhecida, embora as vezes, elas façam parte das nossas sensações.
Apesar de triste o assunto, o poema é muito lindo.
Beijos

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