Venha, após tanta lágrima bebida
e tanto fel provado, a doce e branda
alegria, em que a murcha flor se expanda
do sorriso, e eu de novo surja à vida!
De novo em festas, gárrula e florida,
a alma se rasgue inteira - ampla varanda
escancarada de uma e de outra banda
ao fresco e à luz, de alegre sol batida...
Parta a loisa ao sepulcro que a devora,
e, livre assim dessa mortal tristeza,
desfeita em hinos, vá pela floresta.
Vá pelo mar... vá pelo azul afora...
Derramando por toda a natureza
o pouco de ilusões que inda me resta
Poema extraído daqui
Raimundo da Mota de Azevedo Correia (nasceu a bordo, no litoral do Maranhão, a 13 de Maio de 1859 e faleceu em Paris a 13 de Setembro de 1911)
Ler do mesmo autor neste blog:
Saudade
Mal Secreto
As Pombas;
Plena Nudez;
Anoitecer
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