FC Porto
2-2
Benfica
O primeiro grande clássico do Campeonato 2011/2012 disputou-se no Estádio do Dragão com as duas equipas portuguesas participantes da Champions League a disputarem a liderança na classificação doméstica.
Na primeira parte o Porto superiorizou-se aos visitantes demonstrando uma postura ofensiva em que Hulk sobressaiu e em que Artur com duas grandes intervenções (defesa de um remate de longe de Hulk aos 10' e uma outra praticamente impossível quando Fucile teve tudo para marcar à boca da baliza) atrasou o avanço no marcador dos portistas. A equipa encarnada só por uma vez incomodou a defesa do Porto e logo aos 2' quando Cardozo chegou atrasado para o desvio de um cruzamento da direita. De resto os encarnados ficaram na defesa e mesmo quando recuperavam a bola não conseguiam sair a jogar demonstrando inabilidade e falta de velocidade nas desmarcações face a uma pressão alta e intensa feita pela equipa da casa.
A quantidade de faltas favoráveis ao Porto foi bastante desnivelada e foi assim, sem surpresa, que o Porto foi para o intervalo a vencer após Kléber (37') ter desviado, de cabeça, um livre de Guarín marcado do lado esquerdo do ataque portista.
As dificuldades para o árbitro adensaram-se a partir daí. Aos 40' mostraria o amarelo a Javi Garcia e a Luisão (este por protestos) depois de ter sido assinalada uma falta do espanhol sobre Guarín que não pareceu existir.
Ainda antes do intervalo um corte de carrinho de Fucile em jogada de Cardozo motivou a embrulhada das pernas de ambos os jogadores no chão com aparente gesto de Cardozo que lhe poderia ter custado mais caro preferindo Jorge Sousa distribuir o cartão amarelo por ambos os intervenientes na jogada.
Para a segunda parte o Benfica teria de apresentar uma outra postura e iniciativa se não quisesse perder o jogo sem chama e sem glória. E foi sem precisar de muito tempo de jogo que isso ocorreu. Desta vez foi a equipa visitante que recuperou uma bola em zona avançada por Aimar e demais Nolito fez uma assistência perfeita para Cardozo marcar por baixo do corpo de Helton que ainda tentou a mancha. O jogo pareceria lançado para uma melhor qualidade e para ser disputado por ambas as equipas quando durante a primeira parte só os locais demonstraram apetência e objectivos traçados para ganhar.
A verdade é que o empate durou apenas dois ou três minutos. Numa jogada em que o Benfica tinha a sua defesa estabelecida - pontapé de canto marcado de forma curta - o Porto retomaria avanço no marcado quando Varela centrou da direita pelo meio das pernas de Emerson e Otamendi foi mais diligente que os defesas mais ou menos estáticos (Garai, ai, ai...) e desviou para o fundo da baliza.
Com muitas picardias entre os jogadores (Maxi e Hulk encostaram as cabeças entre si por duas vezes na mesma jogada...) o jogo foi-se desenvolvendo até à altura das substituições decisivas. Jesus fez entrar Saviola e Bruno César (69') saindo Aimar e Nolito (menos interventivos do que nos últimos jogos mas ainda assim decisivos no primeiro golo encarnado) enquanto no Porto, que à medida que o jogo avançava demonstrava menos frescura física no meio-campo, Guarín deu lugar a Belluschi (77') quando, porventura, se imporia a presença mais física e destruidora de Defour. Seguiu-se a saída de Kléber entrando Cristian Rodriguez. Foi um sinal perigoso para defender a vantagem sem terem entrado jogadores com características defensivas!
Saviola enfiaria a bola dentro da baliza de Helton mas num lance claramente irregular, por fora de jogo. Porém, o jogador argentino, que esta época tem tido menos evidência na equipa, entrou bem no jogo com a sua capacidade técnica e de costas faria um passe fabuloso de ruptura para a desmarcação de Gaitán que teve um remate de primeira com o pé esquerdo fazendo a bola entrar com violência na baliza tocando ainda na parte interior da barra e restabelecendo o empate aos 82'.
Os últimos minutos voltaram a demonstrar que no guião do jogo o Porto é que traçara o objectivo mais ambicioso e Vítor Pereira que até empatado com o Feirense 0-0 deixara Walter no banco, desta vez, em desespero de causa e prevenindo-se de críticas meteu o ponta de lança numa tentativa de voltar pela terceira vez à vantagem no jogo; então já não havia força e tempo para nada a não ser para entrar Matic (substituindo Cardozo) e para mais cartões amarelos, dos muitos que o jogo teve, para Bruno César e para João Moutinho este num lance em que teve de parar em falta uma saída do Benfica para o ataque.
O resultado tem de se considerar aceitável uma vez que em golos, mas também em oportunidades de golo não concretizadas (Cardozo também exigira uma defesa de grande nível a Helton contrapondo às duas grandes oportunidades do Porto na primeira parte) as equipas se nivelaram ainda que tenha ficado vantagens intercaladas das equipas em termos de domínio: com clareza do Porto na primeira parte, do Benfica na segunda parte.
A arbitragem não foi - não podia ser com os jogadores a complicarem - boa. Muitos cartões amarelos exibidos. O Porto no final (Fucile, Hulk e o próprio treinador) reclamavam que Cardozo deveria ter sido expulso no lance com Fucile. Foi o caso do jogo... porque não existiram penalties, foras de jogo polémicos, etc.
FC PORTO: Helton, Otamendi, Alvaro Pereira, Fucile, Rolando, Freddy Guarín (Belluschi 77'), Fernando, João Moutinho, Kléber (Cristian Rodriguez 80'), Hulk, Varela (Walter 86').
BENFICA: Artur Moraes, Emerson, Garay, Maxi Pereira, Luisão, Witsel, Nolito (Bruno César 69'), Gaitán, Aimar (Saviola 69'), Javi García, Cardozo (Matic 89')
Golos: 1-0 Kléber 37'; 1-1 Cardozo 47', 2-1 Otamendi 50'; 2-2 Gaitán 82'
Disciplina: 9'Cartão Amarelo para Otamendi (FC Porto).
40'Cartão Amarelo para Javi García (Benfica),por suposta falta sobre Guarín e para Luisão (Benfica), por protestos.
57' Cartão Amarelo para Alvaro Pereira (FC Porto).
78' Cartão Amarelo para Kléber (FC Porto) por falta sobre Artur.
78' Cartão Amarelo para Fernando (FC Porto).
89' Cartão Amarelo para Bruno César (Benfica).
90' Cartão Amarelo para João Moutinho (FC Porto) por impedir um contra-ataque.
Sem comentários:
Enviar um comentário