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2011-08-18

Portugal está na final do Campeonato do Mundo de Sub20: Ganhámos à França 2-0


Quem diria? A selecção portuguesa de futebol sub20 surpreende toda a gente e acaba de se apurar para a final a disputar na madrugada de domingo contra o vencedor do jogo da outra semi-final que se vai começar a disputar dentro de uma hora entre o Brasil e o México.

Na fase de grupos Portugal começou por empatar com o Uruguai sem golos para no segundo jogo derrotar os Camarões por 1-0. No terceiro jogo frente, teoricamente à selecção menos cotada do seu grupo - a Nova Zelândia - Portugal voltou a ganhar e (só) por 1-0. O primeiro lugar no respectivo grupo permitiu emparceirar a selecção lusa com a Guatemala terceira classificada no seu grupo e que se qualificou para os oitavos de final graças a um triunfo por 1-0 frente à Croácia, depois de ter sido goleada nos jogos anteriores frente à Nigéria (0-5) e frente à Arábia Saudita (0-6). Esperar-se-ia uma qualificação fácil de Portugal mas o triunfo português foi apenas por 1-0 e esteve muito tremido com os guatemaltecos a enviarem uma bola ao poste a poucos minutos do fim.

Os quartos de final eram a prova de fogo. Nada mais do que a forte selecção argentina (que já venceu a prova por seis vezes!) cheia de estrelas, até já importadas pelo futebol europeu. São os casos de Lamela, jogador da Roma, de Iturbe contratado pelo FC Porto, de Hugo Nervo, do Arsenal, clube que também contratou um dos guarda-redes, Damian Martinez, que por sinal foi suplente de Andrada, neste campeonato.

A selecção de Portugal mais uma vez com um modelo de jogo defensivo de boa organização e entreajuda com Mika na baliza e um duo de centrais que começa a ser cobiçado: Nuno Reis, jogador do Sporting (com lugar no onze ideal da primeira fase) e Roderick do Benfica. Um duplo pivot defensivo no meio-campo Danilo e Pelé, um ariete na frente - quase sempre sozinho- Nelson Oliveira e às vezes o apoio do pequenino Caetano. Claro que não jogam só estes mas constituem o núcleo duro. Mário Rui e Cedric nas laterais Sérgio Oliveira no meio-campo, faltou mais vezes Saná a organizar o jogo ofensivo (lesionou-se no primeiro jogo) falhando os três seguintes, para aparecer com a Argentina e por amarelos voltar a falhar o jogo com a França.

A equipa de Ilídio Vale esgotou a capacidade psicológica e física dos argentinos levando o nulo até ao fim. Durante o prolongamento até pareceu que Portugal mostrava mais atributos de força física mas o apuramento para a meia-final seria por grandes penalidades. Portugal marcava primeiro e depois do 1-1 resultante da conversão por cada uma das equipas do primeiro dos remates da marca de grande penalidade, os dois remates seguintes (de cada equipa) levou o resultado para 1-3 após duas defesas do guarda-redes Andrada. Parecia tudo perdido mas os argentinos atiraram à barra e Mika defenderia o quinto penalty decisivo igualando tudo de novo (3-3) até à "revirada" feita no sétimo remate com nova defesa de Mika (5-4).


Hoje foi a França que já perdera o jogo de estreia frente à Colômbia mas que se apurara ganhando os dois seguintes e que aparecia rotulada de capacidade goleadora. Afinal ficou a zero. De um pontapé de canto aos 9' Portugal chegou à vantagem por Danilo de cabeça e ainda antes do intervalo de penalty Nelson Oliveira aumentava a vantagem. Os franceses atacaram mais na segunda parte desfrutando de algumas ocasiões para marcar mas a selecção portuguesa cometeu a proeza de acabar o sexto jogo da competição sem sofrer um único golo! Como sem sofrer golos não se perde (a não ser no desempate por penalties e aí o jogo com a Argentina já demonstrou que há milagres)... até podemos sonhar!

Selecção de coragem e guerreira foram os epítetos de Ilídio Vale, mas verdade se diga que gostaríamos de ter visto maior capacidade de posse de bola e organização ofensiva, mesmo em contra-ataque. Na realidade, Portugal já superou todas as expectativas... e agora quem sabe se não nos podemos sagrar pela terceira vez Campeões do Mundo. Para já seremos, pelo menos, vice-campeões do Mundo... e ficam recado para os clubes portugueses que andam a comprar jogadores de duvidosa categoria desperdiçando jogadores (não dizendo talentos) que demonstram com boa organização e solidariedade competitiva poderem conseguir resultados melhores do que os melhores!

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