Encostada à parede mais larga de um convento que se abatia,
onde ruinosas heras amparavam a escarpa das ruínas...
De braços cruzados envolvendo a sua mortalha esfarrapada,
A melancolia fizera-a meditar até adormecer.
Os fetos comprimiam-se debaixo do seu cabelo,
A língua verde-escura da serpente ali se encontrava;
E silenciosamente como passara lânguida a serena brisa do mar,
Agitando-se, a folhagem longa e delgada curvou-se sobre o seu rosto.
O rosto pálido enrubesceu: o seu olhar impaciente
Resplandeceu eloquente em sono! Intimamente elaborados,
Sons imperfeitos os seus lábios movendo-se abandonaram,
E a sua fronte inclinada ocupou-dse de agitado pensamento.
Estranho era o sonho...
Trad. Cecília Rego Pinheiro
in Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro, Porto Editora
Samuel Taylor Coleridge (Ottery St. Mary,Devonshire 21 de Outubro de 1772 - m. 25 de Julho de 1834 Highgate, perto de Londres)
Do mesmo autor:
Amor /love
The Presence of Love
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