Canta na noite,sentimento da terra,
ou morreste, flor estranha?
Há tanto que chove e nós sem lenha,
sem paz e sem guerra.
Há tanto.E eu sei lá bem
se inda persistes,
minha incólume esperança.
Vão-me doendo os olhos já de serem tristes.
Vão-me doendo,
que mos turva de sombra o desespero.
E escrevendo à luz débil me pergunto
se é a morte ou a manhã que espero.
(Mãe Pobre,1945)
Extraído de Poesia Portuguesa Antologia de Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI, Porto Editora
Carlos Alberto Serra de Oliveira (n. em Belém do Pará, a 10 de Agosto de 1921 e morreu em Lisboa a 1 de Julho de 1981)
Ler do mesmo autor, neste blog:
Chave;
Carta a Angela;
Soneto; Sonnet (English version);
Canto
Insónia
Bilhete Postal
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