É o amor. Preserva as tuas entranhas,
porque a paixão não é fácil,
e tudo o que se elege se consome,
ainda que tenha razão.
Vive livre dele,
porque a calma do amor é a fadiga,
indisposição o seu começo, e morte o seu final.
Para mim, sem dúvida,
o morrer por amor é um viver,
e o favor o devo àquele que amo.
Dou-te estes conselhos
porque conheço muito bem o que é o amor.
Mas se tu preferes contradizer-me,
escolhe o que muito bem te agradar.
Se desejas viver prazenteiramente
morre mártir por ele; se não o fizeres,
o amor tem já a sua própria gente.
Quem não morre de amor, por ele não vive.
E o mel não o podes colher
sem te expores às picadas das abelhas.
in Qual é a Minha Língua ou a Tua Cem poemas de amor de outras línguas, organização Jorge Sousa Braga, Assírio & Alvim
Ibn al-Farid (Arab poet), b. March 22, 1181 or March 11, 1182; d. Cairo Jan. 23, 1235
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