Na rua do silêncio
é tudo muito mais ausente
até foge o luar
e até a vida é pranto
não há juras de amor
não há quem nos lamente
e o sol quando lá vai
é pra deitar quebranto
na rua do silencio
o fado é mais sombrio
e as sombras de uma flor
não cabem lá também
a rua tem destino
e o seu destino frio
não tem sentido algum
não passa lá ninguém
na rua do silêncio
as portas tão fechadas
e até o sonho cai
sem fé e sem ternura
na rua do silêncio
há lágrimas cansadas
na rua do silêncio
é sempre noite escura
António Sousa Freitas nasceu em Buarcos, Figueira da Foz a 1 de Janeiro de 1921; faleceu em Lisboa em 30 de Junho de 2004.
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