Canta na noite, sentimento da terra,
ou morreste, flor estranha?
Há tanto que chove e nós sem lenha,
sem paz e sem guerra.
Há tanto. E eu sei lá bem
se inda persistes,
minha incólume esperança.
Vão-me doendo os olhos já de serem tristes
Vão-me doendo,
que mos turva de sombra o desespero
E escrevendo à luz débil me pergunto
se é a morte ou a manhã que espero.
Carlos Alberto Serra de Oliveira (n. em Belém do Pará, a 10 de Agosto de 1921 e morreu em Lisboa a 1 de Julho de 1981)
Poema extraído de Poemas Portugueses Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI, Porto Editora
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Carta a Angela
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