Morrer ... dormir... não mais ! Termina a vida
e com ela terminam nossas dores:
um punhado de terra, algumas flores
e, às vezes uma lágrima fingida!
Sim, minha morte não será sentida;
Não deixo amigos e nem tive amores!
Ou, se os tive, mostraram-se traidores,
algozes vis de uma alma consumida.
Tudo é pobre no mundo; que me importa
Que ele amanhã se esboroe e que desabe,
Se a natureza para mim é morta!
É tempo já que o meu exílio acabe...
Vem, pois, ó Morte, ao Nada me transporta!
Morrer... dormir... talvez sonhar... quem sabe?
Francisco Otaviano de Almeida Rosa (n. no Rio de Janeiro a 26 de Jun 1825; m. no Rio de Janeiro a 28 Maio 1889 ou 28 de Junho de 1889)
in A Circulatura do Quadrado : Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa, Edições Unicepe, 2004
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