A noite descia
como um cortinado
sobre a erva fria
do campo orvalhado,
e eu (fauno em vertigem)
a rondar em torno
do teu corpo virgem,
sonolento e morno,
pensava no lasso
tombar do desejo;
em breve, o cansaço
do último beijo...
E no modo como
sentir menos fácil
o maduro pomo
do teu corpo grácil:
ou sem lhe tocar
– de tanto o querer! –
ficar a olhar,
até o esquecer,
ou como por entre
reflexos de lago,
roçar-lhe no ventre
luarento afago;
perpassando os meus
nos teus lábios húmidos,
meu peito nos teus
brancos
seios
túmidos...
José Carlos Queirós Nunes Ribeiro (n. Lisboa 5 Abr 1907; m. 27 Out 1949)
Do mesmo autor, neste blog:
Amizade
Na Cidade Nasci
Apelo à Poesia
Uma história vulgar
Pastoral
LIBERA-ME
Canção Grata
Desaparecido
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