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Seguem-te os alicornes mansamente,
Pastando neve na montanha azul…
Que a tua mão, Senhora, os apascente
Sem nada que os altere ou que os macule!
O céu, coalhado, tem um ar ausente
Que nem parece o dum país do Sul.
E os alicornes pastam mansamente
- E a neve brilha na montanha azul!
Ondeiam nos pauis fantasmas brancos.
Tal como um sonho que se apaga e esfuma,
Anda a bailar o Inverno nos barrancos.
E tu sorris, atrás dos alicornes…
Ó pastorinha de vitral e bruma,
Que sobre mim a tua graça entornes!
António Sardinha (nasceu em Monforte do Alentejo a 9 de Setembro de 1887. m. em Elvas, a 10 de Janeiro de 1925).
Ler ainda, no Nothingandall, do mesmo autor: Pastoral; Vesperal; Velho Motivo
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