é a ti que eu quero nesta ilha deserta:
livro nenhum, quadro nenhum, nem disco
(gosto de tanta coisa que faísco
mas a escolher assim nunca se acerta).
quero trazer-te a ti, ágil, desperta,
despenteadamente a cada risco,
e viver de algas, peixe e marisco
e nunca mais fazer sinais de alerta
e os navios ao longe ver passar,
enquanto a roupa seca na palmeira
(esta ilha tem uma, de maneira
que não é só rochedo e à roda o mar).
e tu entre corais, náufraga e nua,
a boiar no meu peito à luz da lua.
in Os dias do Amor, um poema para cada dia do ano; recolha, selecção e organização de Inês Ramos, Prefácio de Henrique Manuel Bento-Fialho; Ministério dos Livros
Vasco Graça Moura nasceu na Foz do Douro (Porto), a 3 de Janeiro de 1942.
Ler do mesmo autor, neste blog: Soneto do amor e da morte; Lamento por Diotima
Amor, morte, poesia, política, actualidade, futebol, efemérides, solidão, paz, humor, musica...tudo e nada; Here we talk about life, love, death,
On this day in History, poetry, politics, football (soccer), solitude, peace, humour, music ... nothing and all.
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