Calma ao copiar estes versos
antigos: a mão já não treme
nem se inquieta; não é mais a asa
no vôo interrogante do poema.
A mão já não devora
tanto papel; nem se refreia
na letra miúda e desenhada
com que canalizar sua explosão.
O tempo do poema não há mais;
há seu espaço, esta pedra
indestrutível, imóvel, mesma:
e ao alcance da memória
até o desespero, o tédio.
Extraído de Poesia Brasileira do Século XX, Dos Modernistas à Actualidade, selecção, introdução e notas de Jorge Henrique Bastos; Antígona.
João Cabral de Melo Neto (n. Recife, Pernambuco em 9 Jan 1920; m. Rio de Janeiro, 9 Out 1999).
Ler do mesmo autor, neste blog:
A Lição de Poesia
A Mulher e a Casa
Mulher Sentada
Luto no Sertão
Tecendo a manhã
Num Monumento à Aspirina
A Educação Pela Pedra
2 comentários:
Querido amigo; imagem e versos belissimos! Bom fim de semana! Beijos
OLÁ FERNANDO
acho que "ainda" não nos cruzamos este ano de 2010 pela blogosfera.
Então, ainda estás a tempo de leres quais os propósitos para 2010 que eu formulo.
Venho dizer-te que no meu último post te ofereço "poesia e flores".
Ando mais ausente porque estou a fazer os últimos preparativos para a próxima exposição, que será em breve e o tempo voa.
Prometo que assim que estiver tudo ultrapassado serei mais presente na blogosfera. Espero ser entendida por todos os bloguistas.
Deixo-te com este pensamento de Cícero, que descobri hoje e gostei muito:
"Se ao lado da biblioteca houver um jardim, nada faltará."
Beijinhos e sorrisos.
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