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2010-01-14

Cidade branca - Casimiro de Brito

imagem daqui

Dorme já, plenamente, a cidade!
O silêncio é de ouro e os homens
todos o procuram de mãos dadas.
Os velhos, de olhos semicerrados,
amparam-se ao bordão da memória;
emudeceram, no solar dos senhores,
o chicote, o ódio sem disfarce.

Dorme já, plenamente a cidade!
Aproxima-se o dia. As mulheres,
amadas e repousadas, cantam
em seu sono. Abre-se, em concha,
a mão da madrugada. Lábios e rosas.
Amanhã, ao acordar, a cidade renovada
será dos meninos o tempo e a casa.


Extraído de Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro, Assírio & Alvim

Casimiro de Brito (n.em Loulé em 14 de Jan. 1938)

1 comentário:

anamarta disse...

Olá Fernando
Lindo este poema (tem que ser Lisboa esta cidade branca!)por favor não há inconveniente nenhum em usar a foto! até foi bom pois assim vim à blogosfera da qual tenho andado ausente! tenho pena mas, está dificil a volta com a assiduidade de antes.
Abraço e obrigada pela visita.

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