Amo-te muito, muito!
Reluz-me o paraíso
N'um teu olhar fortuito,
N'um teu fugaz sorriso!
Quando em silêncio finges
Que um beijo foi furtado,
E o rosto desmaiado
De côr de rosa tinges;
Dir-se-á que a rosa deve
Assim ficar com pejo
Quando a furtar-lhe um beijo
O zéfiro se atreve!
E às vezes que te assalta
Não sei que idéia, jovem,
Que o rosto se te esmalta
De lágrimas que chovem;
Que fogo é que em ti lavra
E as fôrças te aniquila,
Que choras, mas tranqüila,
E nem uma palavra?...
Oh! se essa mudez tua
É como a que eu conservo,
Lá quando à noite observo
O que no céo flutua;
Ou quando, à luz que adoro,
Às horas do infinito,
Nas rochas de granito
Os braços cruzo, e choro,
Amamo-nos! Não cabe
Em nossa pobre língua
O que a alma sente, à mingua
De voz... que só Deus sabe!
João de Deus de Nogueira Ramos, nasceu em 8 de Março de 1830 em São Bartolomeu de Messines, Silves e faleceu em Lisboa em 11 de Janeiro de 1896.
Adeus
De Dia a Estrela de Alva Empalidece
A Cigarra e a Formiga
A vida
Agora
1 comentário:
Lindo poema, querido amigo!
Sabes... Já estamos de mudança outra vez... hehehehehehe...
Na próxima segunda-feira, 18, estaremos viajando de volta da Irlanda para o Peru... e vamos para a casa da família do esposo esperar pelo que nos reserva o destino... :o)
Beijos, flores e muitos sorrisos... sempre!
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