Joaquim Soeiro Pereira Gomes é considerado uma das maiores figuras do movimento neo-realista português. Nasceu em Gestaçô, concelho de Baião, em 14 de Abril de 1909. Fez os primeiros estudos em Espinho e frequentou a Escola Agrícola de Coimbra, onde tirou o curso de regente agrícola. Mais tarde emigrou para Angola, onde exerceu a sua profissão durante cerca de um ano, na Companhia do Catumbela. Voltou para Portugal e fixou-se em Alhandra, em 1932, onde trabalhou como empregado de escritório na Fábrica de Cimentos Tejo. Aqui desenvolveu uma intensa actividade de dinamização cultural e o seu empenho cívico prolongar-se-á num envolvimento ligado ao teatro e às letras, reflectindo preocupações sociais e oposicionistas ao regime do Estado Novo.
Mas foi como escritor que Soeiro Pereira Gomes se notabilizou, sendo um dos mais coerentes e claros exemplos da ficção neo-realista em Portugal.
Depois de poemas, crónicas e contos iniciais, Soeiro Pereira Gomes escreve o ímpar romance Esteiros (1941), narrativa consciente e realista sobre o trabalho dos ‘meninos’ nos telhais na margem do Tejo, e dedicada em esperança, aos “filhos dos homens que nunca foram meninos”. Grito político ou gesto de amor, na indignação face à injustiça e miséria, de quem o humanismo se expressava, também, pela poética.
De Esteiros e de Soeiro Pereira Gomes disse Urbano Tavares Rodrigues: (link em .pdf) "Soeiro escreveu amorosamente Esteiros. À janela da vida, debruçando-se sobre as adolescências pobres e tendo já entrado quantas vezes nas casas da miséria e da marginalidade, pôde imaginar sem esforço ou mesmo copiar do real amalgamando-as e transformando-as, personagens tão ricas e diversas como as do João Gaitinhas, do Maquineta, do Malesso, do Cocas, do Sagui, do violento Gineto, representação da pura e nua rebeldia. (...)
A apetência de Soeiro para aflorar o onírico e o poético, paralelamente à crua representação das injustiças sociais e à análise das infra-estruturas económicas (a exploração dos fracos pelos fortes, a devoração das pequenas e médias empresas pela grande fábrica), essa vontade de penetrar no mais fundo e no menos claro dos seres humanos e também a difusa vontade da beleza que a palavra surpreende e recria, tão patente nas rápidas descrições da natureza e das e das estações do ano, conferem-lhe um lugar muito especial no aerópago neo-realista".
Como membro do Partido Comunista entraria para a clandestinidade depois das greves de 1944. Entre a grave doença e a escassez de cuidados de saúde adequados, e a resistência por um povo sofrido, Soeiro Pereira Gomes prossegue com a escrita do romance Engrenagem e dos Contos Vermelhos (Refúgio Perdido, O pio dos mochos, Mais um Herói), entre outros contos publicados postumamente.
Mas foi como escritor que Soeiro Pereira Gomes se notabilizou, sendo um dos mais coerentes e claros exemplos da ficção neo-realista em Portugal.
Depois de poemas, crónicas e contos iniciais, Soeiro Pereira Gomes escreve o ímpar romance Esteiros (1941), narrativa consciente e realista sobre o trabalho dos ‘meninos’ nos telhais na margem do Tejo, e dedicada em esperança, aos “filhos dos homens que nunca foram meninos”. Grito político ou gesto de amor, na indignação face à injustiça e miséria, de quem o humanismo se expressava, também, pela poética.
De Esteiros e de Soeiro Pereira Gomes disse Urbano Tavares Rodrigues: (link em .pdf) "Soeiro escreveu amorosamente Esteiros. À janela da vida, debruçando-se sobre as adolescências pobres e tendo já entrado quantas vezes nas casas da miséria e da marginalidade, pôde imaginar sem esforço ou mesmo copiar do real amalgamando-as e transformando-as, personagens tão ricas e diversas como as do João Gaitinhas, do Maquineta, do Malesso, do Cocas, do Sagui, do violento Gineto, representação da pura e nua rebeldia. (...)
A apetência de Soeiro para aflorar o onírico e o poético, paralelamente à crua representação das injustiças sociais e à análise das infra-estruturas económicas (a exploração dos fracos pelos fortes, a devoração das pequenas e médias empresas pela grande fábrica), essa vontade de penetrar no mais fundo e no menos claro dos seres humanos e também a difusa vontade da beleza que a palavra surpreende e recria, tão patente nas rápidas descrições da natureza e das e das estações do ano, conferem-lhe um lugar muito especial no aerópago neo-realista".
Como membro do Partido Comunista entraria para a clandestinidade depois das greves de 1944. Entre a grave doença e a escassez de cuidados de saúde adequados, e a resistência por um povo sofrido, Soeiro Pereira Gomes prossegue com a escrita do romance Engrenagem e dos Contos Vermelhos (Refúgio Perdido, O pio dos mochos, Mais um Herói), entre outros contos publicados postumamente.
Joaquim Soeiro Pereira Gomes morreu em Lisboa, aos 40 anos, em 5 de Dezembro de 1949.
Os CTT homenageando os vultos da História e da Cultura portuguesa emitiram em 27 de Janeiro passado um selo comemorativo dos 100 anos do nascimento do escritor.
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