Nasce o sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, porque não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o Mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
* No sítio da Fundação Gregório de Mattos é apresentada a data de 3 de Dezembro de 1636
Ler do mesmo autor, neste blog: Contente, alegre, ufano passarinho; Soneto Lírico
Sem comentários:
Enviar um comentário