Contente, alegre, ufano Passarinho,
Que enchendo o Bosque todo de harmonia,
Me está dizendo a tua melodia,
Que é maior tua voz, que o teu corpinho.
Como da pequenhez desse biquinho
Sai tamanho tropel de vozeria?
Como cantas, se és flor de Alexandria?
Como cheiras, se és pássaro de arminho?
Simples cantas, e incauto garganteias,
Sem ver, que estás chamando o homicida,
Que te segue por passos de garganta!
Não cantes mais, que a morte lisonjeias;
Esconde a voz, e esconderás a vida,
Que em ti não se vê mais, que a voz, que canta.
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