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2009-09-14

A política e o futebol... Como seria se as métricas se cruzassem?

Intencionalmente durante a série de debates televisivos (eliminatórias?) da fase pré-eleitoral que vivemos não escrevemos neste blog sobre política, nem sequer fizemos a habitual resenha sobre os factos da semana. Não porque intencionalmente nos inclinassemos por uma força política (não pertencemos a nenhum partido) e muito menos em função da eventual qualquer influência do que pudessemos escrever ...

Sendo o futebol um tema importante neste blog (e aí a tendência clubística é bem evidente e reconhecidamente vincada) agora que os debates políticos estão terminados (nesta fase) assaltou-me a ideia de como estes seriam em termos de resultados futebolísticos e como seriam os jogos de futebol avaliados em termos de resultados políticos. No fundo como ficaria uma fusão política-futebolística e/ou um futebol político?

Pergunta-se aos analistas políticos, os agora chamados politólogos (antes conhecidos por simples comentadores ou jornalistas políticos) quem ganhou o debate. Pois a verdade é que o resultado do debate, ao contrário do jogo de futebol, não é objectivo e imediato. Até podemos ter ambos os "clubes", entenda-se adversários de debate que personalizam partidos, vencedores!? E vencem por quanto? 4-0 como o Benfica ganhou ao Belenenses? Não ... ganha um por 17-16 valores na opinião do Prof. Marcelo (é o melhor que se pode arranjar), ou na minha opinião o Eng. Sócrates esteve melhor do que Manuela Ferreira Leite. Esteve melhor? Ganhou quantos pontos? Vai à frente na classificação? Talvez, na sondagem...

No debate Jerónimo - Louçã, houve como que um pacto de não agressão. Cada um «jogou» para defender o seu eleitorado sem hostilizar o outro. Ou seja jogaram para o «empate»? E conseguiram? Ficam classificados para as provas europeias da Uefa política?

Será que se houvesse árbitro nestes debates este mostraria o cartão amarelo (ou mesmo vermelho) à Ferreira Leite quando esta fez uma "rasteira por trás": "O engenheiro Sócrates faz políticas erradas; a consequência é que o país não cresce, mas depois vai dar subsídios e ajudar; parece aquela pessoa que mata o pai e a mãe para depois dizer que é orfão" ?

E como seria se o táctico futebolístico Freitas Lobo aparecesse a dizer que Sócrates jogou em 4-4-2 losango com a Saúde a guarda-redes (a dar uns frangos), defesa constituída pela Segurança Social, Obras Públicas, Apoio às PMe's e Cancelamento do Programa da TVI na esquerda, um meio campo em que o vértice ofensivo é o TGV e a trinco é a política agrícola, à direita joga a Educação, à esquerda do meio campo as Tributações Autónomas e no ataque, de modo um tanto estrambulhado, joga o Ministro Augusto Silva e a Justiça, esta aliás quase sempre apanhada em fora-de-jogo?

Na verdade os resultados dos debates são bastante difusos e apenas concretizados, diferidamente no tempo, através do voto dos espectadores (leia-se eleitores), porque, na verdade, apesar dos bilhetes para o «jogo» serem gratuitos muita gente não vai ao estádio (urnas)...

E ao contrário, como seria se num jogo de futebol o resultado fosse encontrado por votos? Será que o Sporting poderia jogar, como quer o seu secretário-geral (treinador) Paulo Bento, com tranquilidade (contentando-se com o segundo lugar)? Aí não tinha qualquer dúvida que o Benfica encheria o Parlamento com maioria absoluta dos jogadores (entenda-se deputados), mesmo que o lobby dos árbitros a isso procurasse obstar e votassem (quase) todos no F.. ! É preciso dizer?
E depois será que o "partido" Benfica ia jogar na Champions League ao Estádio do Parlamento Europeu?

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