"Jaime Cortesão é uma das mais insignes figuras da cultura portuguesa de meados do século XX, a par de Raul Proença e de António Sérgio. Revelou-se um proeminente intelectual, político e homem de intervenção cívica, e um grande historiador, um personagem ímpar que deixou uma extensa obra, repartida entre a literatura, a poesia, o conto e o drama, e a história, portuguesa e brasileira". (daqui)
Médico, político, historiador, escritor e poeta, Jaime Cortesão "foi um intelectual que, privilegiando concomitantemente a investigação, a reflexão e a acção, ocupou um lugar proeminente na cultura política e na cultura histórica do seu tempo, sobretudo pela afirmação de um duplo combate – político e de reavivar a consciência histórica e cívica – presente na produção escrita e na acção cultural e cívica. O impulso dinamizador e o sentido da convergência foram os traços mais característicos da sua personalidade. Foi sobretudo um «polarizador de doutrina», um «catalisador» de ideias, como o definiu Aquilino Ribeiro, mais «congraçador» do que «hostilizador dos homens», como o considerou José Rodrigues Miguéis. (daqui)
Neste blog, em que a associação entre as efemérides e a poesia está diariamente presente, relembramos este vulto da cultura portuguesa na passagem do 49º. ano sobre a sua morte, com o poema de amor, "Canção Vermelha":
Médico, político, historiador, escritor e poeta, Jaime Cortesão "foi um intelectual que, privilegiando concomitantemente a investigação, a reflexão e a acção, ocupou um lugar proeminente na cultura política e na cultura histórica do seu tempo, sobretudo pela afirmação de um duplo combate – político e de reavivar a consciência histórica e cívica – presente na produção escrita e na acção cultural e cívica. O impulso dinamizador e o sentido da convergência foram os traços mais característicos da sua personalidade. Foi sobretudo um «polarizador de doutrina», um «catalisador» de ideias, como o definiu Aquilino Ribeiro, mais «congraçador» do que «hostilizador dos homens», como o considerou José Rodrigues Miguéis. (daqui)
Neste blog, em que a associação entre as efemérides e a poesia está diariamente presente, relembramos este vulto da cultura portuguesa na passagem do 49º. ano sobre a sua morte, com o poema de amor, "Canção Vermelha":
Mulher de vermelho, imagem daqui
-"Amo-te!" E cerras os dentes
-"Amo-te!" E fico enleado
Como se fora assaltado
Numa selva por serpentes.
Nem um fauno alucinado
Tem ímpetos mais ardentes;
Nem as sibilas dementes
Este delírio sagrado.
Meus lábios, que a febre inflama,
E as faces, estão em chama
Como bocas de fornalha.
E ardem-te os olhos surpresos;
São dois archotes acesos
Numa noite de batalha!
Extraído de "Cem Sonetos Portugueses", selecção organização e introdução de José Fanha e José Jorge Letria, Terramar
Jaime Zuzarte Cortesão (n. Ançã, Cantanhede, 29 de Abril de 1884 —m. Lisboa, 14 de Agosto de 1960)
-"Amo-te!" E fico enleado
Como se fora assaltado
Numa selva por serpentes.
Nem um fauno alucinado
Tem ímpetos mais ardentes;
Nem as sibilas dementes
Este delírio sagrado.
Meus lábios, que a febre inflama,
E as faces, estão em chama
Como bocas de fornalha.
E ardem-te os olhos surpresos;
São dois archotes acesos
Numa noite de batalha!
Extraído de "Cem Sonetos Portugueses", selecção organização e introdução de José Fanha e José Jorge Letria, Terramar
Jaime Zuzarte Cortesão (n. Ançã, Cantanhede, 29 de Abril de 1884 —m. Lisboa, 14 de Agosto de 1960)
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