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2009-07-18

Tristezas Mortais - Conde de Monsaraz

Fico-me às vezes a cismar n'aquilo
Que era a minha riqueza idolatrada;
O grande e puro coração tranquilo
Da minha amada.

Foi nesse coração profundo e largo
E tenro como os corações das flores,
Que eu, louco, derramei o pranto amargo
Das minhas dores.

Chorei-lhe ondas de lágrimas no peito
Descrevendo-lhe o horror do meu passado
E a sombria paixão que me tem feito
Tão desgraçado!

E aquele coração tranquilo e doce
Foi-se enchendo de mágoas, e afinal,
Porque era um frágil coração… quebrou-se
Como um cristal!


Em 366 poemas que falam de amor, uma antologia organizada por Vasco da Graça Moura, Quetzal Editores

António de Macedo Papança, Conde de Monsaraz (nasceu em Reguengos de Monsaraz a 18 de Julho de 1852 — m. em Lisboa a 17 de Julho de 1913)

Ler do mesmo autor:
Os Bois
Moças de Bencatel
No Monte

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