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2009-06-19

Universalidade II - Roberto de Mesquita

Casa de Montanha imagem daqui

Enquanto se detém o vosso olhar
à tona dos aspectos, impotente,
no âmago de tudo, claramente,
eu descubro um espirito a cismar.

Deleita-se a minha alma a respirar
os afectos das coisas: a dolente
nostalgia dum cerro olhando o mar,
a oração das paisagens ao morrente

Sim, eu respiro como essência estranha
a orfandade que exala uma montanha
quando o outono a junca de destroços.

E esses casais, dispersos pelo monte,
sinto-os pensar, cravando no horizonte
os seus olhos humanos como os nossos.


Roberto Augusto de Mesquita Henriques (nasceu em Santa Cruz das Flores, Açores a 19 de Junho de 1871 e aí faleceu, de síncope cardíaca, a 31 de Dezembro de 1923).

Ler do mesmo autor neste blog Aves do Mar; Abandonadas

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