O tempo é indivisível. Dize,
Qual o sentido do calendário?
Tombam as folhas e fica a árvore,
Contra o vento incerto e vário.
A vida é indivisível. Mesmo
A que se julga mais dispersa
E pertence a um eterno diálogo
A mais inconseqüente conversa
Todos os poemas são um mesmo poema,
Todos os porres são o mesmo porre,
Não é de uma vez que se morre...
Todas as horas são horas extremas!
Mário Quintana (n. in Alegrete, Rio Grande do Sul a 30 Jul 1906; m. em Porto Alegre Alegre, Rio Grande do Sul a 5 de Maio de 1994).
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