Amanhã, pela aurora em que alveiam os campos,
Eu partirei. Vê tu, eu sei que me esperas.
Irei pelas florestas, irei pelos outeiros,
Não posdso assim ficar longe de ti mais horas.
Caminharei de olhos fitos no pensdamento,
Sem nadas ver de fora, sem ouvir nenhum ruído,
De mãos cruzadas, só, assim curvado, incógnito,
Triste, terei o dia todo como a noite vivido.
Não verei essa tarde esplendorosa e escura,
As velas no horizonte descendo para Harfleur,
E ao chegar, porei na tua sepultura
Um ramo de azevinho e de giesta em flor.
Eu partirei. Vê tu, eu sei que me esperas.
Irei pelas florestas, irei pelos outeiros,
Não posdso assim ficar longe de ti mais horas.
Caminharei de olhos fitos no pensdamento,
Sem nadas ver de fora, sem ouvir nenhum ruído,
De mãos cruzadas, só, assim curvado, incógnito,
Triste, terei o dia todo como a noite vivido.
Não verei essa tarde esplendorosa e escura,
As velas no horizonte descendo para Harfleur,
E ao chegar, porei na tua sepultura
Um ramo de azevinho e de giesta em flor.
Trad. Filipe Jarro
in Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro, Assírio & Alvim
Victor Hugo (nasceu a 26 de Fevereiro de 1802 em Besançon, em França, e morreu a 22 de Maio de 1885 em Paris)
Sem comentários:
Enviar um comentário