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2008-12-16

Ao coração que sofre - Olavo Bilac

Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.


Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac (n. no Rio de Janeiro em 16 Dez 1865; m. 28 Dez 1918)

Ler do mesmo autor, neste blog:
Nel Mezzo del Camin
Via Láctea
Delírio
Um beijo

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