Lembras, no aspecto, as frágeis miniaturas,
escrínio, camafeu, flor em redoma,
missal a refulgir de iluminuras,
frases de ouro a evolar fugace aroma.
Émulo de imperiais cinzeladuras,
que o poeta ductiliza, esmera e croma,
lavor que impõe desvelos e torturas,
mas donde, em versos, a Beleza assoma.
Quem te arquiteta em rimas de alabastro,
enclausurando em ti a imensidade,
da larva subterrânea à luz de um astro,
transmuda-te de fino estojo em arca,
jóia antiga de eterna mocidade,
sacrário excelso da alma de Petrarca.
Augusto CORREIA PINTO F.º (nasceu em Óbidos, Pará a 26 de Novembro de 1915 m. no Rio de Janeiro em 1978)
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