Sombras fraternas que viveis na sombra,
porque vindes nesta hora? Porque vindes?
Bem que vos vejo, como antigamente,
sombras fraternas, que viveis na sombra.
Bem que eu quero vencer tanto silêncio,
falar, cantar e despertar em tudo
a alma que um dia emudeceu comigo.
Bem que eu quero vencer tanto silêncio.
Vede as estrelas como estão geladas,
frias e mortas, pelo céu vazio…
Vede as estrelas como estão geladas.
Como quebrar tanto silêncio e frio,
sombras fraternas que viveis na sombra?
Como quebrar tanto silêncio e frio?…
EMÍLIO Guimarães MOURA nasceu em Dores do Indaiá (MG) a 14 de Agosto de 1901 e faleceu em Belo Horizonte (MG) a 28 de Setembro de 1971. Formado em Direito pela universidade do seu estado natal, pouco advogou. Foi professor catedrático (Ciências Económicas), burocrata (altos cargos da função pública) e jornalista. O seu «Itinerário Poético» é de 1970. Mineiro arredio, pouco dado à publicidade, os seus poemas são meditações sobre o mistério da vida: o medo, a angústia, a solidão, em versos melancólicos, cépticos, místicos. É o poeta da indagação e da perplexidade.
Soneto e nota biobibliográfica extraídos de «A Circulatura do Quadrado - Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa. Introdução, coordenação e notas de António Ruivo Mouzinho. Edições Unicepe - Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, 2004.
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