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2008-09-11

PALÁCIO DA VENTURA - Antero de Quental

foto daqui

Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura…
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado…
Abri-vos, portas d’ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d’ouro, com fragor…
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!

Antero Tarquínio de Quental (n. 18 de Abr. 1891 em Ponta Delgada - m. 11 Set 1891 -suicídio-)

Ler do mesmo autor, neste blog: Idílio; Mors-amor

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