Quando sob os pinheiros, e quando escrava,
minha alma vestia um corpo torturado,
ainda a terra voava célere para mim
e as aves se desvairavam ao som rouco dos cavalos,
Agulhas negras, escamas dos pinheiros,
as cascas
e rubro sob os pés jorra
o mirtilo,
e meus furiosos dedos rasgam pálpebras,
meu corpo quer viver. Será que este
sou eu?
Serei eu de carbonizada boca procurando
os joelhos das raízes secas, e que a terra
engole como outrora o sangue, e as irmãs
de Faetonte se transfiguram, choram âmbar?
Trad. Nina Guerra e Filipe Guerra
Arseny Alexandrovich Tarkovsky (Russian: Арсений Александрович Тарковский, n. 25 Jun [O. S. June 12] 1907– m. 27 May 1989 )
in Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro, Assírio & Alvim
minha alma vestia um corpo torturado,
ainda a terra voava célere para mim
e as aves se desvairavam ao som rouco dos cavalos,
Agulhas negras, escamas dos pinheiros,
as cascas
e rubro sob os pés jorra
o mirtilo,
e meus furiosos dedos rasgam pálpebras,
meu corpo quer viver. Será que este
sou eu?
Serei eu de carbonizada boca procurando
os joelhos das raízes secas, e que a terra
engole como outrora o sangue, e as irmãs
de Faetonte se transfiguram, choram âmbar?
Trad. Nina Guerra e Filipe Guerra
Arseny Alexandrovich Tarkovsky (Russian: Арсений Александрович Тарковский, n. 25 Jun [O. S. June 12] 1907– m. 27 May 1989 )
in Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro, Assírio & Alvim
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